
Cada vez mais os mercados externos têm sido importantes para a indústria e o crescimento econômico. No Brasil, o grau de abertura comercial ainda é baixo, em parte pela grandeza do mercado interno mas também devido aos diversos entraves econômicos e burocráticos para exportação.
De acordo com o trabalho de Barbosa (2007), que avaliou o período de 1997 a 2005, existe uma forte relação entre o crescimento das exportações estaduais e o desempenho do Produto Interno Bruto. Para este período, a cada 1% adicional das vendas externas dos estados se associa uma ampliação de 0,35% no PIB nacional. Tomando por base a evolução separada das exportações por Unidade da Federação, o impacto catarinense é alto: a cada 1% de aumento nas exportações, o incremento no PIB estadual é, em média, de 0,52%, mantendo todas as demais variáveis constantes.
Confrontando diretamente as taxas de crescimento do PIB do Estado e das exportações catarinenses mais recentes, nota-se que há um grau de associação de 64%. Ou seja, quanto maior as exportações catarinenses, mais elas tendem a puxar o PIB estadual.

Para mensurar o peso das exportações no PIB nacional, o IBGE divulga (em reais) o total do Produto Interno Bruto (PIB) e o total das exportações, podendo facilmente verificar o peso das vendas externas.
Já para o caso estadual, os números do total exportado só são divulgados em dólares. A dificuldade, portanto, reside apenas em captar as flutuações do câmbio nas vendas externas e transformá-las em reais, já que uma simples transformação utilizando o câmbio médio resultaria em valores muito voláteis.
Para contornar esta dificuldade, utilizou-se da própria relação entre o valor exportado pelo Brasil em dólares e o respectivo valor em reais divulgado pelas contas nacionais. Com estes números, foi calculada uma relação entre eles que captura as diferenciações diárias e (dos valores de venda) do câmbio. Supondo que as relações do câmbio permanecem as mesmas para os estados, utilizou-se da mesma relação para Santa Catarina, de modo a chegar nas estimativas abaixo.

Com base nestes dados, o peso das exportações no PIB catarinense tem sido historicamente próximo a 10%, mas com incremento em 2015, chegando a 12%. Este percentual é próximo, ainda que inferior, ao nacional, de 12,9%. Contudo, as análises de impacto mostram que as exportações catarinenses movimentam mais a economia regional, o que se deve, principalmente, ao caráter industrial da nossa economia.
Fonte: Observatório FIESC com dados do MDIC e IBGE.
Barbosa, E. Exportações estaduais e crescimento econômico no Brasil: 1996 a 2005. MS thesis. PUC do Rio Grande do Sul, 2007.