
A biotecnologia promete transformações significativas no campo da saúde. As doenças genéticas e autoimunes têm se beneficiado particularmente de descobertas como a edição genética. Com isso já é possível retardar o avanço de doenças, examinar seu corpo por dentro e controlar a adesão ao tratamento medicamentoso.
A edição genética, através da técnica CRISPR permitiu editar o genoma humano, com isso tratar algumas doenças genéticas e aumentar a expectativa de vida dos pacientes. O tratamento de doenças como a atrofia muscular espinhal, que causa degeneração progressiva e consequentemente perda da capacidade de movimento e da capacidade respiratória, é um exemplo claro do potencial da biotecnologia. A biotecnologia promove o tratamento da doença por meio de moléculas que modificam o gene ou a sua transcrição ajuda a gerar mais proteína.
O próximo passo que já está a caminho é introduzir o gene que está faltando no paciente por meio de uma única injeção que deve ser administrada no primeiro mês de vida. Os anticorpos monoclonais são o avanço mais significativo nesse campo da biotecnologia nos últimos anos. Ao atacar diretamente o alvo escolhido pelo médico, esses anticorpos têm uma maior efetividade. Essa evolução do tratamento assegura aos pacientes uma capacidade funcional muito boa, com menos efeitos colaterais e a possibilidade de sobrevida sem grandes mudanças.
A biotecnologia cumpre igualmente a função de fazer diagnósticos de forma pouco invasiva. Dispositivos eletrônicos com sensores no formato de pílula inteligente, como o desenvolvido pela Universidade de RMIT, Austrália, são ingeridos para examinar seu corpo e buscar por sinais de possíveis doenças, como por exemplo, distúrbios intestinais. Assim, essas pílulas inteligentes podem medir PH, enzimas, temperatura, açúcar no sangue e pressão arterial e enviar os resultados para um telefone celular.
A falta de adesão ao tratamento médico é motivo de agravamento do quadro de saúde do paciente, portanto, pauta recorrente entre profissionais de saúde. Nos Estados Unidos, a falta de adesão ao tratamento é responsável por cerca 125.000 mortes por ano e 10% das internações em todo o país, de acordo com estudos publicados na Annals of Internal Medicine. Uma solução são sensores sem fio, imersos em cápsulas de gel que envolvem os comprimidos. Os sensores são liberados no estomago e emitem um sinal de rádio, o que permite à equipe médica saber se o paciente tomou a medicação.
Este sistema permite registrar quantas cápsulas cada paciente toma e com que frequência, o que torna essa solução especialmente útil para monitorar a adesão ao tratamento de pacientes que não podem ficar sem medicamentos, como pacientes com esquizofrenia e transtorno bipolar.
Fonte: Victoria S. Nadal para Fórum Econômico Mundial
Imagem: REUTERS - Dave Kaup
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